Juras de uma Elegia
Sob a folha ainda sem cor
O silêncio labial e o olhar marejado
Juntam amiúdes avessos,
Náufragos da poesia elegia,
Querendo um lugar ao luar!
Como chuva alimentando a terra
São estes meros rabiscos
Quebrando a solidão, tingindo de ternura
Meus riscos, dando sentido e direção
Ao caminho aberto pelo âmago.
Sobre a mesa,
A taça, o tinteiro, a arte do veleiro
No aguardo da voz transmitindo alquimia,
Ribalta para as próximas pautas
Embevecidas no céu de Órion!
As entrelinhas da alma
Testemunham meu bem querer.
A lei maculada dentre luzes e diapasões
Afina cada instrumento e cada entalhe
Do aflorar com amor, do olhar ao sentir.
Auber Fioravante Júnior
07/06/2011
Porto Alegre - RS