MOLOCH NÃO VAI MAIS ME ASSUSTAR

Não sei se tenho sido semeador ou desbravador

Nos últimos dias vaguei por terrenos abandonados

Locais que eu mesmo tinha deixado pra trás

Templos que prometi nunca mais visitar

Estou mexendo em terrenos que eu não mexia

Descobrindo coisas que eu já conhecia

Profanando túmulos tidos como invioláveis

Arrombando portas que tinha medo de entrar

Brigando com meus demônios, com meus fantasmas

Entrando em salas escuras só para acender

Rasgando papiros escritos com sangue

Enfrentando sensações que não queria mais ter

Algumas pessoas não eram tão boas quanto eu acreditei ser

Alguns momentos foram pior do que eu podia entender

Vi coisas boas que surgiram de poças de vômito

Fui surpreendido a cada momento pelo que vi mas não enxerguei

E Moloch não vai mais me assustar

Olhei seus olhos, comi seu banquete

Roubei seu molho de chaves

E é hora de desbravar mais terrenos