Paisagem
Na estrada e na neblina
Eu paro.
Rugido de leão e canto
De pássaros.
Uma jovem e um cão, perdidos
No espaço.
Um vestido, uma coleira, sufocam
calados.
A sala casta da virgem, sem chave
Intacta.
Vento, trovão, e relâmpago
Dourado.
Corvos na espreita, será
Mau presságio?
Caminha de lento, no tempo
Gelado.
Hesito com medo, meu ultimo
Passo.
A besta me espreita, e me leva
Ao Tártaro.
A foice me chama, o inferno
Que ergue...
Seus portões de aço.
O corpo do cão, morto
Apodrece.
A virgem perde seu cinto
De castidade...
Em meio a estrada.
A presa do homem
Devorou a santa...
Agora, sem santidade.
E foi isso que vi,
Essa funesta paisagem.