absurdo contemporâneo

Sua imagem virtual

Em minha retina abstrata

Sua dor cibernética

Em minha lágrima interativa

Linhas e loas escritas em vão

Palavras e sentimentos não comovem os imbecis

Torpe mania de escrever cartas

Bilhetes, apelos, orações aos deuses ausentes

Ou simplesmente recriados pela agonia e redenção

Milhares de linhas rabiscadas pela caligrafia perfeita

Da dor, da rejeição, do não reconhecimento

Da mais profunda solidão que se concentra na vírgula

E retoma imediatamente no parágrafo seguinte

em meio a paráfrase

Sequelas de silêncios mortos pela indiferença…

Por fim, resta pouco oxigênio,

Pouca inteligência.

E a lucidez informar

que o cronômetro está zerando.

Na vida, a morte começa quando nascemos…

E, por vezes, paradoxalmente,

a vida começa exatamente quando morremos.

O absurdo é a coisa mais cartesianamente sentida

e lógica da vida…

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 06/06/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3018816
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