absurdo contemporâneo
Sua imagem virtual
Em minha retina abstrata
Sua dor cibernética
Em minha lágrima interativa
Linhas e loas escritas em vão
Palavras e sentimentos não comovem os imbecis
Torpe mania de escrever cartas
Bilhetes, apelos, orações aos deuses ausentes
Ou simplesmente recriados pela agonia e redenção
Milhares de linhas rabiscadas pela caligrafia perfeita
Da dor, da rejeição, do não reconhecimento
Da mais profunda solidão que se concentra na vírgula
E retoma imediatamente no parágrafo seguinte
em meio a paráfrase
Sequelas de silêncios mortos pela indiferença…
Por fim, resta pouco oxigênio,
Pouca inteligência.
E a lucidez informar
que o cronômetro está zerando.
Na vida, a morte começa quando nascemos…
E, por vezes, paradoxalmente,
a vida começa exatamente quando morremos.
O absurdo é a coisa mais cartesianamente sentida
e lógica da vida…