Hoje não, amanhã talvez
Hoje quero sair anônima
Não quero sorrir pra ninguém
Não quero ser centro, não quero ser inteira
Metade, ou melhor, que eu seja 20% apenas do que fui um dia
Aliás, quero descer na próxima parada
E que ela seja escura ou que pelo menos tenha luz que ilumine apenas os 20% que quero ser hoje
Hoje quero ser só... mente.
Só eu. Imersa no silêncio ensurdecer do nada.
Do nada que foi e do nada que ficou
Do nada que é e do nada que sou
Que dia serei tudo?
Hoje não é a resposta
Amanhã, talvez!
Se, e somente se, o hoje não se tornar infinitamente presente
Se a luz quebrar o silêncio
Se o som se diluir em cores e encobrir o nada
De amarelo-sol, verde-esperança, vermelho-amor, azul-eternidade...
Juntando os cacos, reconstruindo o que eu fui ontem.
Amanhã, talvez
Hoje não
Hoje, prefiro o nada.