Bem depressa, vem me ver

Vem me ver sob esta Lua
a cintilar em prata agora.
Minh'alma ainda é tua
desde os tempos de outrora.

Há no céu nuvens espessas
- vasto campo de algodão...
Minha boca amarga e seca,
diz doer meu coração.

Onde estás, que não vens?
Que fazes mundo afora?
Sabe, escuta bem,
meu peito o teu implora.

És pra mim o acalanto
que abranda o meu sofrer.
Na solidão, em fundo pranto,
eu suplico, vem me ver.

As estrelas no firmamento
não mais têm esplendor,
figuram opacamente,
como eu, sem teu amor.

Tão triste também a Lua,
se escondeu no algodoal.
Nesta noite, eterna, escura,
tua ausência é meu mal.

Ouve meus lamentos
e as lágrimas do meu ser.
Não me inflijas mais tormento,
bem depressa, vem me ver.

 
Imagem: Google - fotolog.com
AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 03/06/2011
Reeditado em 23/08/2021
Código do texto: T3011940
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