Explícita
Tenho a alma rachada e trincada
Rolou rimbanceira abaixo
E se pendurou na beira do abismo
Minha alma descuidada
vive a viajar ao sabor dos ventos
E morre de frio em invernos imaginários
Sob o sol inclemente da tarde moribunda
Há cacos de mim, espalhados em quadros pintados à óleo,
Em partituras, nos teclados e nas palavras
Escolhidas na salada dos momentos
Hoje na fonética miúda dos monossílabos
Só falei não…
Ver e sentir por vezes é corrosivo e cruel demais
É melhor apenas imaginar e sonhar
Do que tocar nas sancas da crueldade
Que rodeiam a realidade.
Não há arte em viver sem consciência.