Explícita

Tenho a alma rachada e trincada

Rolou rimbanceira abaixo

E se pendurou na beira do abismo

Minha alma descuidada

vive a viajar ao sabor dos ventos

E morre de frio em invernos imaginários

Sob o sol inclemente da tarde moribunda

Há cacos de mim, espalhados em quadros pintados à óleo,

Em partituras, nos teclados e nas palavras

Escolhidas na salada dos momentos

Hoje na fonética miúda dos monossílabos

Só falei não…

Ver e sentir por vezes é corrosivo e cruel demais

É melhor apenas imaginar e sonhar

Do que tocar nas sancas da crueldade

Que rodeiam a realidade.

Não há arte em viver sem consciência.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/06/2011
Reeditado em 26/08/2011
Código do texto: T3010264
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