Ternura inquieta
O oceano revolto dos teus lábios
Beija a tímida aurora ensanguentada
Molhada pelo pânico das ondas
Onde pondera o grito do desejo esquivo
Antes que possa provar da luz
Ferindo a sombra
Outro vazio furtivo
Da boa fome de sonhar teu corpo.
Responde ao tempo eterno adormecido
Tua canção de insone
Teu caminho sem fim entre veredas.
Respira entre paredes
O absurdo das plumas sem cores
O desatino: um mar de pétalas de todas as flores
Imóvel na cantiga inerte
Da aridez da lua.
Humanamente... procura
Desesperadamente... busca, agora
Nos discos sublimes dos seios
O único amanhecer que a solidão implora.