O "ser monstro"

Eu sou um monstro, dividido em alguns capítulos notórios

Outros ruins, outros “criança”

Mas não machuco ninguém

Um monstro sem atitude

Que só assusta o coração

E fico de fazer medo, de ser terror

Emboscado por minhas próprias confissões

Aterrorizado pelo que eu mesmo causei

Monstro que sou

Bom nisso

Caminhando pelas ruas da cidade

Rastros de fumaça e pedaços do corpo

Pedaços de nada, rastros de procura

E quando passo gritando

Pela porta alheia

Que me viram o rosto

Ou me chamam “atraso”

Eu sou o que eu quero?

Eu nem me atrevo

Eu sou esse monstro

Com a força mais feia que existe

Que cadaveriza a emoção

Em prol de mais uns dias de ar

Pois é preciso obter retorno

Se não te dão, vá buscar!

E eu vou

Assustando quem gosta de mim

Mas, de certa forma, eu sou uma boa forma de ser

Monstro …

Ah!

Expulsar do peito o vapor

Que sobrou do último ataque de dor

Em um ébrio parecer

Com as palavras que me são mais assustadoras

Demonstro (de monstro) … qualquer racionalidade barata

Posso parar muito bem por aqui

Pronto.

Daniel Sena Pires – O “ser monstro” (01/06/2011)