Um sem barulho que ensurdece

Num momento de obtuso silêncio,

releio um livro de autoajuda;

há um sem barulho que ensurdece,

numa noite mais de alma desnuda.

Um CD que ouvia há pouco,

há muito ficara também mudo;

um besouro desvairado na varanda,

incomodava ao chocar-se com tudo.

Nesta fria noite despida de lua,

um vento intruso me decide visitar;

o silêncio da solidão surpreende,

já que inspira-me o ato de pensar.

Já nem sei o que agora vou fazendo,

quando entendo que todos já dormem;

olho o meu leito e o rejeito sem pensar,

penso estradas que mais me conformem.

O galo na madrugada já está a cantar,

e eu ainda sigo perdido na noite;

já bem necessitado de repousar,

decido com atraso sair deste açoite.

Harock
Enviado por Harock em 01/06/2011
Reeditado em 08/09/2015
Código do texto: T3006700
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