Sonhos de amor
O pôr-do-sol não mais me toca,
Meus olhos assistem de longe
Seu brilho rodopiar, em outras cabeças,
Fazendo primavera em outros verões.
Em mim, devaneios de um antigo amor,
Os dias marcados
Com a grandeza do mais rubro ardor,
Para sempre, eternizado.
Deveras nobre donzela,
Deixastes o lenço perfumado, largado ao chão.
Meu gentil cavalheiro, vaga,
enfeitiçado pelo aroma da perdição.
Lágrimas que corrompem as faces,
Fazem da dor delicioso consolo.
Não vejo primavera, não vejo amor,
Só me resta o inverno desta triste solidão.