SOBRETUDO, SÓ.

A tarde declina débil,

Tremula flébil,

Deita delirante

N’um amarelo horizonte

Poente.

E o negrume dessas horas noturnas

Invadem soturnas,

O vácuo vão

Do campo extremo da minha visão.

Mancham gradativamente

Desde meus cerrados

Olhos fechados,

(Da minha mente obscura)

Até o outro horizonte imerso

Em sombras,

Que nasce soberana

Da penumbra.

E um barulho de vento

Uiva vagaroso,

Vertiginoso voa por ruas,

Por corredores de vagas calçadas,

Por pálidas estatuas de anjos

Das praças.

Ah, é noite.

E os caminhos de casa se tornaram tortuosos,

Perderam-se na escuridão por fim,

Meus pés já não os fazem

Não mais,

Não encontram lugar p’ra ir,

Seguem os caminhos da tarde

Já desaparecida.

Dos ventos amotinados,

Soprando o pó de nossas vidas.

Tomb
Enviado por Tomb em 30/05/2011
Código do texto: T3003464
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