SOBRETUDO, SÓ.
A tarde declina débil,
Tremula flébil,
Deita delirante
N’um amarelo horizonte
Poente.
E o negrume dessas horas noturnas
Invadem soturnas,
O vácuo vão
Do campo extremo da minha visão.
Mancham gradativamente
Desde meus cerrados
Olhos fechados,
(Da minha mente obscura)
Até o outro horizonte imerso
Em sombras,
Que nasce soberana
Da penumbra.
E um barulho de vento
Uiva vagaroso,
Vertiginoso voa por ruas,
Por corredores de vagas calçadas,
Por pálidas estatuas de anjos
Das praças.
Ah, é noite.
E os caminhos de casa se tornaram tortuosos,
Perderam-se na escuridão por fim,
Meus pés já não os fazem
Não mais,
Não encontram lugar p’ra ir,
Seguem os caminhos da tarde
Já desaparecida.
Dos ventos amotinados,
Soprando o pó de nossas vidas.