Agonia
Intensos carinhos, amor em demasia
Povoam sonhos calcados na nostalgia
Fantasia etérea, aérea instiga a agonia
Dispersão de pensamentos, melancolia
Arranhadas ranhuras, feridas na alma
Cicatrizes incuráveis pedem anestesia
Caixas de surpresas presas ao passado
Rastros pegajosos do amor inacabado
Sussurros, vultos ecoam na madrugada
Caem estandartes, coloridas alegorias
Ressuscita impiedoso o ácido passado
Insiste desnudar amores despedaçados
Esvoaçam silenciosos véus das cortinas
Abrem-se lentamente para o Sol matinal
Que radiante aplaca com sua luz a dor
Em tantos corações despidos de amor.
Ana Stoppa