Sonhos repartidos

Verdes ramarias; doudas filigranas,

Que nos teus olhos se confundem tanto

Com a primavera que me assassina,

À noite, a luz da lua nas venezianas.

Meus olhos nus na palidez das portas

Dos velhos casarões desnudos, tristes,

Tremulantes como as mãos pequenas

Que amadurecem minhas poesias tortas.

Esparsos sonhos; corações fremidos,

Batendo as asas pelas ruas púrpuras,

Atravessemos tantas madrugadas:

Amigos, musas... sonhos repartidos.