Aquela que habita em mim

Um dia eu a vi

Desde então eu sempre a vejo

Ela está sempre sozinha

Parece sempre vazia

Em seus olhos há desejo

Sua alma parece sombria

E eu continuo a observar

Ela me fala tanto em teu calar...

Às vezes reconheço um resquício de alegria

Mas é tão fugaz como estrela cadente

Ora está lá, ora não mais

Ela pertence a outro mundo

Que existe apenas dentro dela

Envolve-se num sentimento profundo

Num amor absurdo

O qual se entregou sem cautela

Desde então sofre horrores

Com a saudade que martela

A pontual lágrima rola no amanhecer

De sua lembrança surge um rosto

Que faz sua máscara contorcer

Seu amado que não habita mais conosco

Que partiu desse mundo num cinza entardecer

A esperança já lhe abandonou faz tempo

Tempo que ela não vê passar

Prefere renegar-se de tudo, para ficar remoendo

Deixando a dor lhe torturar

Um dia eu a vi

Desde então sempre a vejo

Basta apenas eu parar

Diante de um espelho.

Queila Dias
Enviado por Queila Dias em 19/05/2011
Código do texto: T2979563
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