TODAS AS MANHÃS DO MUNDO
A lama vagueia
a distância do rosto torna
o caminho longo na serena
hora
do rio calmo a acalentar a
visão nos passeios opacos;
sol novo a ludibriar os olhos.
O espelho passeia incólume
(silêncio!)
criando sorrisos de vidro
nas faces da alva
agruras a esquentar o claro
no fosco brilho do reflexo,
no som do eco a enganar
o grito.
A alma encanta o passageiro
em um frio quase morno
uma dúvida nos olhos
abrolhos que nascem
trôpegos
nas encostas da visão.
A claridade cega
um ensaio sem mente
o medo carcome o prego
o espelho cai
a alma vagueia sem marcas
no chão.
É manhã
o claro nunca se esconde
um frio sem tempo consome
a esperança,
água empoçada
um branco sem tom clareia
o nada
estrada longa, distância sem fim
no começo do dia, navegando
sempre
vôo sublime ao infinito estado
da claridade sem luz.