MINHA POESIA SEGUNDO ELA MESMA

Quis ser fluente e leve

escapar ao peso dos conceitos

reter o das imagens

como um rio.

Quis a unidade

subterrânea do rio

sua verdade humilde.

De todo esse percurso

posso dizer apenas

a fala de Mário de Andrade:

"Há uma gota de sangue

em cada poema"

e também em mim, tantas vezes anêmica.

Do livro ESPELHOS EM FUGA, Editora Objetiva, 1989.