Solidão de dois irmãos
Que solidão é esta,
Intrépida e silenciosa...
Que às vezes me bota tão triste
Parece gemer das entranhas
Não adianta carinho ou festa,
Quando sei que nada existe
Por que será que se manifesta?
Cruel suas garras afiadas investe
Parece, não tenho certeza,
Que tudo é ilusório,
Mascara-se em sutilezas
Seu vasto repertório
Nem reza nem oratório;
Levou-os à correnteza
É inferno ou purgatório?
Queria alguma certeza...
Nesta vida malvada,
Sem deus, santo ou nada
Quero a alma depurada
Chega de tanta charada
Flui a vida desgraçada
Profana e não sagrada
Alguém por aí me explica...
Por que o simples complica?
Sem sair desta ingrata,
O que iremos colher?
Fico sem mesmo saber
Onde é o fim da picada
O que fiz a essa malvada?
Estou perdido na mata
Só enfrento encruzilhada
E tento assim sobreviver!
-Frei José de Santa Rita Durão...
Se tiver que pedir... Eu peço!
De joelhos a ti peço Perdão
Mas se não é dele, não?!
Abra portas e janelas da alegria...
Ouça o grito do meu coração
Poesia que reclama sua autoria...
Então é meu mesmo, irmão!
Duo: Jorge Cortás Sader Filho e Hildebrando Menezes