CERTOS DIAS

Há certos dias confusos

Que os tempos se misturam

Diversas flâmulas tremulam

Em nossos mundos reclusos

Há certos dias estranhos

Que me pego desistindo

Á luz do existir sumindo

Entre o segredo e o sonho

Há certos dias de cismas

Que sou tarde mesmo cedo

E entre a loucura e o medo

Adormeço sob as cinzas

Há certos dias sem vidas

Que o sol esmaecendo vai

Que o concreto se abstrai

E o irreal se concretiza

Há certos dias noturnos

Em que o abismo é iminente

E um duvidar pertinente

Nos faz na vida intrusos