Você não sabe...
Você não sabe...
Não, você não sabe quanta dor eu trago no coração.
Você não sabe o quanto minha alma viu minha carne sangrar.
Você não sabe o que é sentir tanta dor a ponto de não conseguir nem ao menos chorar.
Você não sabe o quanto é difícil conseguir um lugar nesse mundo.
Não, você não sabe, nem nunca saberá o que vai em minha alma.
Você nunca me viu sangrar.
Você não sabe de nada.
Sua boca diz palavras que apenas calam sua consciência.
Você não sabe o quanto fui ferido e agredido, apenas por ser quem sou e do jeito que sou.
Você não sabe o que é lutar pelo que é certo e receber em troca punhaladas pelas costas.
E você não sabe o quanto dói as intrigas.
E o quanto dói a discriminação.
Não, você não sabe, nem nunca saberá o que vai no meu coração.
Porque você me vê, mas não me enxerga.
Porque você jamais poderá me ver do jeito que realmente sou.
Você jamais lerá por dentro de minha alma.
E você nunca poderá me entender.
E nada, nenhuma frase, palavra falada ou escrita, vinda de você, terá algum sentido para mim.
Não, você nunca poderá fazer nada por mim.
E nem mesmo seus pensamentos positivos poderão me ajudar.
Pois, que você e nem ninguém poderá me salvar da solidão.
Não, nem você e nem ninguém me salvará.
Pois, que tudo aqui dentro de mim explodirá.
E você nada fará.
Pois, que sou o sangue feito na carne à faca.
E eu sou o puz da tristeza louca derramada na terra suja e vermelha.
E você nunca entenderá o mal que me fez e sempre fará.
Seus julgamentos me condenam.
Suas imposições sobre minha vida me sufoca.
E sua curiosidade sobre minha vida me enoja.
Pois, que você não sabe...
Nem nunca saberá todo mal que me fez.
Não, você nunca me fez bem algum.
Mas, sim, você sempre me fez muito mal.
Oh, você me fez sangrar ainda mais, quando eu já havia derramado tanto sangue e chorado tanta lágrimas.
E quando eu tanto sofria, você me estendeu a mão, mas em vez de apertar minha mão, você deu com ela na minha cara.
Mas, isso nunca foi o pior.
O que mais dói não é o mal feito de frente, mas o mal traiçoeiro, feito na moita.
Sim, você traiu minha amizade.
Você me feriu na maldade.
E me fez muita sacanagem.
Mas, talvez, ainda assim, você não saiba o quanto mal me fez.
Não, você não sabe que nada que diga poderá mais me alcançar.
Pois, que depois de tanto mal, meus ouvidos se ensurdeceram para suas palavras.
E agora não há mais nada que você possa fazer por mim nem de bom, nem de mal.
Você nunca mais me alcançará.
Você nunca mais terá a chance de me fazer o bem e muito menos o mal.
Pois, que não há bem algum, nem mal algum que possa me alcançar.
Minha alma está longe, viajou para o infinito e só meu corpo ficou.
E isso tudo fruto da sua maldade.
E da tua sacanagem.
Você me feriu, quando eu já sangrava.
Me apunhalou pelas costas, quando eu já havia cortado os pulsos.
Mas, agora você não pode mais me fazer nada: nem o bem e nem o mal, pois que minha alma está longe.
Pois, que de tanto sofrer, minha alma se refugiu nas profundezas das trevas e dali jamais sairá.
E agora nem você, nem ninguém poderá me salvar.
Pois, que sou escravo da escuridão.
E para sempre, para todo sempre estarei mergulhado na mais completa e desastrosa solidão.