Acalanto Da Palavra Morta
Deitou -me o sol em cama d’ouro
Em lençóis de pesares sem rumo
Entre o morrer e o acreditar vivedouro
Abraçou-me o invernal auto-consumo
Sem a doçura do antigo tesouro
quedo no abismo em desaprumo
Ó desditosa morta e nua alma
Que perdes-te sem adeus de vivalma
Pranteia o olhar em luto da sabedoria
Negro ósculo miserável e mortificado
Ausente amparo rasgado da soberania
Entoa a balada silenciosa em tom desarvorado
Menosprezado na ruína de penosa poesia
Extática tal qual um Cronus tresloucado
Ó quão lamentoso é a mim a aurora derradeira
Que encerra-me o conceber final de guerreira
Suplico em penúria o lume de serenidade
Silenciando as cinzas em agonia
Que negam a indiferença de inerte afectividade
Deita-me ó Eça teus lírios a campa da utopia
Que definha no verbo rebaixada imperfectibilidade
Pois desfalece a carne confrangedo-se anegrafia
Concede-me a virtude de rematar o pesar
E restituir-me o crê do legado ao celebrar
Chega-me dia faustoso ó riso de estrela
Alumia esse renascer órfão de mim criança
Escoltando –me para fora da viela
Alcançando a proteção da aliança
Perfumando-me nespereira-flor em lapela
Em doce quietude de invicta herança
Ó espirito valente em prece triste do pátio fora
Parto suavemente no adeus de oiro sem penhora
Loubah Sofia - Alma Feita De Ti