o ultimo poema do teatro da vida

mesmo longe de casa,

sentindo-me sozinho,

só tenho o latido dos cachorros,

como abraço de melhor amigo,

vejo velhos filmes,

velhas juventudes,

vejo a ultima peça em cartaz,

sem saber quem era o autor,

eu vivi esse monólogo,

assistindo a tragédia da vida,

e chorando o meu sorriso.

no passageiro homem que vagueia,

como mendigo que escreve canções,

vejo o futuro,

a humanidade me ferindo,

mas não machuca o universo,

sinto o abraço do meu cachorro,

e o vejo como a humanidade,

os dois latem em prol do medo,

o ultimo homem vê Deus na cachaça,

eu digo ao meu inimigo,

que não sentia mais teu beijo traidor,

nos mais sagrados sangues,

nos mais pleaides poetas,

sinto o gosto amargo da vitória,

e o sabor da vingança,

que fica em minha boca por um longo tempo,

na saliva da duvida,

nos dentes amarelos da palidez,

que bate em minha porta,

e pergunta, de quem queres te vingar?

em respostas,

talvez de mim,

talvez da morte,

quero virar cinzas,

ou vinho sem rótulo,

dado ao embreagado,

caído na rua,

tombado como mendigo,

visto como inimigo,

esquecendo o universo,

não alimentando o cachorro chamado vida!

Marcos Pagu
Enviado por Marcos Pagu em 12/05/2011
Código do texto: T2965716
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