Eu Matei

Num erro imprevisto, ato intraduzível

Cometo uma ação, remorso intragável

Silenciado, um ser humano desprezível

Errado, um intérprete abominável

No estado de raiva inconsequênte

Rancoroso pela vítima assassinada

Forçado ao momento, o juízo dormente

Indignado de perdão, uma vida arrancada

Movido ao foco conturbativo

A chama da alma se apagou

Infeliz, sozinho, um arrependimento depressivo

Sem cessar de revogar a vida, um coração adormecido

As ruas não tem mais caminhos

Fujo as margens da mata, caindo

tropeço em pedras, galhos, espinhos

Não há aonde ir, me despedaço sozinho

A raiva, o ódio o rancor

Que asfixiaram, me mutando morto-vivo

Errei sem razão, ainda sinto a dor

Da morte que causei, já não existo

Estou morto, caído, um corpo apodrecido...

Roberto William
Enviado por Roberto William em 09/05/2011
Reeditado em 30/05/2014
Código do texto: T2959485
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