Eu Matei
Num erro imprevisto, ato intraduzível
Cometo uma ação, remorso intragável
Silenciado, um ser humano desprezível
Errado, um intérprete abominável
No estado de raiva inconsequênte
Rancoroso pela vítima assassinada
Forçado ao momento, o juízo dormente
Indignado de perdão, uma vida arrancada
Movido ao foco conturbativo
A chama da alma se apagou
Infeliz, sozinho, um arrependimento depressivo
Sem cessar de revogar a vida, um coração adormecido
As ruas não tem mais caminhos
Fujo as margens da mata, caindo
tropeço em pedras, galhos, espinhos
Não há aonde ir, me despedaço sozinho
A raiva, o ódio o rancor
Que asfixiaram, me mutando morto-vivo
Errei sem razão, ainda sinto a dor
Da morte que causei, já não existo
Estou morto, caído, um corpo apodrecido...