NAVIO PERDIDO
NAVIO PERDIDO
Há um navio perdido no mar
Tentando ansioso, um porto encontrar,
Porém o mar bravio e impetuoso
Lhe impede de ao seu cais chegar,
As vezes, esse mar parece calmo,
Mas ao avançar do primeiro palmo,
Vem novamente uma onda malvada
Banhar esse navio em água salgada.
Quando em fim, tudo fica sereno,
Renasce a tristeza sombria, e a solidão em aceno
Lhe convida a passear por esse deserto,
Que é um mar solitário, sem onda e sem movimento.
Ouve apenas o canto suave e triste,
De um marinheiro perdido no meio da noite
Que exaltando a saudade do ser amado
Vai esse canto triste pela noite entoando.
Mas, logo cansa de tanta monotonia,
E chega a desejar até mesmo uma ventania,
Porque mais triste que lutar contra o vento na escuridão
É a tristeza de viver na solidão.