EM CRISE
Os remédios não fazem efeito,
Permaneço Eu,
Permaneço só...
Perdida,
Desencontrada,
Aflita...
Não me curam de mim mesma,
Não preenchem o Vazio...
Estou em crise de abstinência,
Meu corpo treme, taquicardia...
Estou em crise com o abstrato, o concreto,
Com minha Existência.
Minha cabeça gira,
Meus olhos fixam-se em lugar algum, no nada...
Não quero ouvir aviões nem trens,
cortando meu silêncio.
O amor parece transparente,
Frio, gelado, intermitente...
coletivo, primitivo, condescendente...
Eu, uma depressão relativa, absoluta:
abaixo e acima do nível do mar.
Uma chuva torrencial
Molha-me, alaga-me, encharca-me.
Perdi a paciência, a alegria, o sorriso.
Coloquei fotos da minha família na sala,
Para que me veja todos os dias,
E não se sinta só.