INSONIA

Uma noite sem dormir, outra noite ...e outra

Toda vez que a noite se espalha negramente sobre mim

E ganha o espaço cúbico desse quarto solitário

Na surdina espreitando sempre vem

Rasga lençóis, travesseiros, sanidades

Introduz suas afiadas presas em meu peito

Esse vampiro sugador de sonhos e manias

Na pulsante veia das sombras entre acordadas

Suga a consciência dos inconscientes

Devora os pés da cama e do tempo

De manhã, exausto, abatido e com sono

Não há porque reconstruir a face...

Pó de madeira, sonhos loucos e ruídos

Espalhados e esfarelados pelo chão do quarto

Deito no carpete remoído

Não vou mais sair dessa alegoria

Essa loucura será meu eterno pesadelo

E assim não precisarei mais dormir

E acordar em sobressalto...

(Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 05/05/2011)

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 05/05/2011
Reeditado em 15/06/2011
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