Chuva de verão
De repente
Todos os gris deslumbram
O horizonte torna-se íntimo do oceano
E o meu olhar já não vislumbra ao longe
Entre o céu e a terra os cheiros me visitam
Cheiro de maresia
E de antecipação da tarde que se faz outono.
Renitente, o sol tenta
Recolorir a paisagem em tons violetas e quentes
Descortina-se entre brancos carneiros de nuvens
Testemunho da vida que lá fora corre apressada.
É um caso de amor apressado entre o verão e a cidade.
A tarde sucumbe ao tempo e
Por entre as cores do arco
Íris de Deus em lamento chora
Molhando o asfalto e os pensamentos meus.