Soturna embriaguez (cinza)
Procuro a perfeição no incenso
No aroma silencioso a luz
E nos desenhos dançantes
Que se formam ao som
Da eloquente guitarra
Vejo ritmos, fluxos e sorrisos
Vejo o cheiro calado
E a morta lâmpada do teto
Fosforecer rente a fumaça,
Sinto-a me distorcer
Provocando a desejá-la
A querê-la dentro de mim
Os lábios esfumaçados pairam
Oferecem a constante espuma
Lábios pairando no ar
Com vazios beijos cinzas
O fim desejável da madrugada
A morte perfeita de uma noite.