Sem você e com adeus
Viver assim sem você
Pensar em você
E na sua indiferença, dói
Mas é uma dor silenciosa e estranha
Sem rangidos, sem gemidos
Repleta de farpas e facas que cortam
discretamente e miudamente
E precisamente algo que é precioso e simplesmente se
Esvai… escorre ralo abaixo como o suor que percorre as costas…
Consegue-se deixar de amar?
Apaga-se a luz do amor pela frieza e distância?
Quem saberá o que se tem à sombra,
durante o silêncio dos monges,
Ou da palavra entremeada
de dúvidas, agonias e tristezas.
Seja feliz.
É o que apenas desejo
Nunca precise de mim…
É o que também desejo.
Ficarás mais pobre, sem mãe.
Ficarás mais miserável…
Mas, talvez torne-se mais altiva, independente e
Quem sabe, mais responsável por si mesma…
Adeus.
Fecha-se então a pesada porta,
Coloca-se delicadamente o lacre no ferrolho
E sob o ritmo dos passos
Caminho para o patíbulo
Reta, impassível e digna
Como alguém que entrega
a própria alma à forca da exclusão.
Adeus minha querida filha.