ALMA GÊMEA
À tua procura
formatei a minha vida
sonhando o encontro
interrompido em eras perdidas
na imensidão do infinito.
Te busquei nos longínquos tempos
dos meus adolescentes sonhos,
criei feridas
pelos desenganos.
Meu coração, porém,
não se enganava,
apenas tentava descobrir teu rosto
nos semblantes anônimos,
nos transeuntes e viajantes
da minha estrada.
O relógio cruel
marcava as horas intermináveis,
assinalando o vazio
das noites insones,
da desgastante boemia
que rotineiramente preenchia meus dias.
Pensei te descobrir
nos olhos negros de alguém
que me levou a crer chegada ao fim
a minha busca.
Engano cruel.
Passou a vida.
Não te encontrei.
Hoje eu sei que das estrelas
me fitas,
que esta existência separou os nossos corpos,
que tua alma me espera
e teu amor vela por mim.