Seca

Sinto

a seca dos versos.

O papel é caatinga

donde nada brota.

A caneta é espinho

e o longo punhal

que sangraria o Poema

perdeu corte e ponta.

A letra bateu asa

e fugiu.

Seco ressecado

estou caminho

de chão batido;

sem destino

de chegada,

sem lembrança

da partida.

A vida é só de ida.