PRIVADA
Tapei os buracos da parede
ao fundo de minha casa,
lares de ratos pulguentos
e andorinhas piolhentas.
Já não competem comigo...
Tapei com sacos de lixo
qual árvore de natal.
Mandando aos curiosos o aviso.
Não há festa nem presente.
Só castigo...
Do lar de espécies hediondas,
seres pestilentos que incomodam
já se foram sem retorno.
Não voa mais a andorinha.
Sem perigo...
Não cria seus filhotes nos vãos.
Não descem pelo reboco
roedores com papel e mato.
Ocupam o terreno baldio
Sem abrigo...
Pendem fraldas descartáveis,
garrafas de vinho azedo,
papel higiênico usado...
De longe é tudo festivo.
Seguro, mas sem amigos...