SÓ, ENTARDECENDO.

Escurece devagarzinho.

Um resto de clarão

insiste em ficar até o fim da tarde.

O azul se esvai

deixando um tom acinzentado

tomar conta

enquanto um resto de nuvens

outonais, ainda rosadas de sol

se desfazem.

As crianças ainda brincam,

jogam bola, correm.

Já se acendem algumas luzes.

E bem no poente,

lá no fundo

o último fulgor de claridade

se despede,

em pranto (só sentido).

O dia morre...

A saudade d’outros entardeceres

toma conta.

E no íntimo,

a solidão que mata a tarde

nasce no coração.

Só no coração.

No coração só.