D (í) úvida
Quem é você no espelho por trás de tantas máscaras?
Quais sentimentos são verdadeiros dentre tantos conflitos internos?
Qual segurança você busca nesse oceano profundo de ondas revoltas?
Por quem você chama quando a noite cai como um manto de ferro?
Para onde você corre quando não encontra respostas dentro de si?
Para quem você pede ajuda quando se vê sem controle?
Porque você chora se não haverá compaixão?
Quando você espera acordar de sua própria ilusão?
Quais bondades serão redentoras de mentiras imperdoáveis?
Quem lhe estenderá a mão quando estiveres na sarjeta de sua alma?
Para qual Deus rezará quando nem mesmo a fé puder lhe salvar?
Para que destino se voltará quando os caminhos estiverem fechados?
Para quem gritará seu lamento de angústia no deserto da dor?
Porque entregará suas palavras á ouvidos surdos de cegas visões?
Com qual de suas sombras tomará um chá ás cinco da tarde?
Em qual invólucro abrigará suas inquietações em torno da culpa?
Onde encontrará moradia para sua solidão ferida?
Por quais trilhas seguirá seu destino de pária?
Em qual terra sedimentará sua tristeza na raíz de uma árvore?
Quando deixará perguntas sem respostas de lado?
De que modo enfrentará a si mesmo no fim da vida?