Sarjeta

Amém, Amém, Amém

E o que me restou dos sonhos?

E o que me restou do tempo?

Restou-me somente o silêncio dessa noite sem estrelas.

Amém, Amém, que assim seja.

Ai, desse veneno...

Melhor que viver sem derramá-lo

É com ele abrigar-me no inverno,

É sobre ele perecer nessa sarjeta.

Me eleva e me desfaz

Me alumia e me devora

Me aliena e trás de volta

Mentem-me enfermo desse inferno;

Por que de paz não me concretizo

Por que de amor não me mantenho

Por que cansei de ansiar pela hora da chegada

Que partiu, do que partiu que me partiu.

Amém, Amém, que assim seja

E melhor que perecer nessa sarjeta

É lançar-me num abismo contra o vento.

Naiara ls
Enviado por Naiara ls em 14/04/2011
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