Defronte ao mar.
Mirei mil olhares
Ao mar
Mas o mar não me via,
Molhava-me os pés
Amargurados,
Caminhados, já por muitos dias.
Oh, por dias inteiros!
E pelo destempero
Que me consumia a insanidade,
Malogrados por minha própia
Mediocridade...
E as ondas quebrando na encosta
Criara os hemisférios.
Solucei uma lágrima
Solicitando atenção ao mar,
Mas o mar não me olhava,
Molhava-me a fronte
Declinante,
Tremulante já por muitas horas
De mórbida febre.
O vento chamuscava-me a cabeça
Com os murmúrios do mar.
Eu estava lá
Sobre sua tenebrosa mira
Entretanto, o mar não me via
Permanecia
Integro em seus movimentos rotineiros
Em sua dura cadencia
Em sua imponente tendência
Intrépido, veemente,
Destruidor
Criador dos continentes.
Lancei mil olhares
De lágrimas ao mar
Mas o mar não os via,
Ah, chovia!
O mar não me via.