DESCE A NOITE...
Desce a noite e falta tu me fazes
E nas lembranças deste ebúrneo rosto
No leito de amor que conduzia as pazes,
No frio ou calor que exalam o gosto.
O vazio morbo assola o meu ser,
Copioso pranto sangra vultuoso coração,
Os meus olhos só querem te ver,
Morrem os meus dias sempre na escuridão.
Pois éramos um só corpo e alma,
Dormiamos atados, braços e cabeças,
A madrugada de infinda calma
Embalava-nos no sono em noites espessas.
Agora, de repente, tu me evades,
Foges da minha presença a cada dia,
Vejo, então, duas extremidades:
Vejo o tudo ou nada em primazia.
Sinto amarga a minha existência
Vejo áugures de tantos contratempos
E o amor por sua excelência
Jaz agora em meio aos desalentos.
Pela manhã a languidez me toma,
A tua falta me suga a energia vital,
Quero levantar, mas meu corpo tomba
De volta ao leito de cunh`ibernal.