Brinquedo
Brinquedo
Às vezes penso que sou apenas
Um brinquedo de corda e
Você um garoto travesso
Que ganha um brinquedo novo
Cheio de botões
Enquanto é novidade e te atraí
Fazes dele seu amor secreto
Até conhecer todos os seus segredos
Um dia... Ele te aborrece e você
Maldoso e irritado, joga-o num canto
E dele se esquece.
Você cresce... Emudece.
Um dia sem querer tenta rever o passado
Volta aos velhos brinquedos
Tua atenção desperta para o brinquedo
Que um dia o fez feliz
Pois era novidade, distraído aperta outra vês
Os botões, e como num jogo, você sorri e diz
Sabe eu te quiz!
Você me fez feliz um dia
Mas como tudo é passado é melhor
Continuar aí como um brinquedo
Bem comportado.
Você só não percebe que até os brinquedos
Possuem alma própria...
São Paulo, 9 de abril de 1985
Darcy Bilherbeck.