Desencontros
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Sei que não somos perfeitos;
E, se o fôssemos, estaríamos mortos...
Sei que não somos infalíveis;
E, se o fôssemos, morreríamos órfãos...
Sei que erramos, não um erro humano:
Erramos por julgarmos demais...
E se julgamos grosso modo, apressadamente,
Cortamos nossas próprias alucinações.
Ah quão arrogante ilusão é a vida!
Sentimo-nos tão imortais, prepotentes...
Mas odiamos críticas que nos tornam
A escória de nós mesmos, mortais.
Sei que éramos ilusões flácidas do tempo;
Hoje, queremos ser a rigidez do lamento.
E amanhã? Donos do tempo, deuses?
Não somos nada; apenas estamos por vezes.
E em não sendo sequer protótipos falidos,
Malfeitores de uma história mentirosa,
Não somos também a realidade do vivido:
Somos o que resta do sopro e da gosma.
Nijair Araújo Pinto
Fortaleza-ce, 27 de fevereiro de 2007.
14h04min