Sangrando
lembro-me de palavras desconexas
lembro-me de ter dito o que não queria dizer
e de ter calado o que precisava ser dito
agora é tarde para qualquer palavra ou qualquer silêncio
penso que deveria haver um labirinto
entre a língua e o cérebro
onde se perdessem as palavras vãs
vou ficar aqui neste quarto fechado
até esgotar as lágrimas
a alma sangrando é pedra e castigo
e um poema também é um pedido de perdão