Na chuva
Na chuva o palhaço dançava
seu canto era verde seu riso
uma fábula
babava besouros
balia rochedos
Na chuva o palhaço sonhava
via a estranha linha da vida
círculo que cria e recria
o circuito do desperdício humano
vidas vazias
vidas quebradas
vidas vendidas e rasgadas
vida esse estranho fenômeno
sem nome
essa dura ramagem
que cresce no silêncio da dúvida
raio rude e bravio
folha à deriva na tempestade