Poema à solidão.
Ó solidão!
À noite, um tanto tonto
Estranho,
Vagueando sem destino,
pelas ruas m'encontro,
O mar ondula em negras vestes,
É todo pedra... E permaneces.
O vento, todo é poeira lacrimosa... E continuas.
A Lua branca, fria, pesa... E permaneces.
As horas passam entre outras... E permaneces.
Entre meus dedos,
Nas minhas mãos vazias
Permaneces...
No meu indomável sôfrego sexo permaneces,
Em minha negra noturna insônia continuas,
Falo como quem chora, durmo como quem morre,
E permaneces .
Clamo por tanta gente...
E continuas.
Quem me ouve?
Ninguém!
E Permaneces...
Crio versos... E rasgo-os. E permaneces.
Infrene, imutável, Permaneces...
Mas, compreendo por fim
que sou teu eterno companheiro!