Cegueira
O que os olhos não vêem só a alma enxerga
O que a luz não consegue iluminar só o espírito conhece o espectro
O que os sentidos não percebem, só a mente adentra aos umbrais misteriosos da incerteza
O que os humanos não entendem, os animais decifram
O que os animais não conseguem atingir, somente o pensamento é capaz de captar
Num átimo,
Num reles segundo
Num flash dentro do olho amado
A imagem do ser idealizado, desejado e reverenciado
O amor é a cegueira que nos conforta da lucidez insistente.
De dias duros, sombrios, chuvosos, repletos de abandonos e de folhas mortas de outono.
Cegueira táctil a ressucitar os outros sentidos da vida.
A nos fazer phenix do cotidiano.
E brindar o desconhecido com a curiosidade de criança.
Fiat lux
Faça-se a luz... e dês a cegueira sagrada dos homens.