Nada mais posso

O que será que posso, mas não devo,

porque o que pago é pouco e muito é cobrado,

e se as pendências não me cabem, menos me sabem os erros,

nesses aterros de mim mesmo, em sentimentos abatidos?

Derramando sobre valores ultrapassados os motivos comovidos,

engulo o orgulho e procuro o que não me encontra.

E nas peças que não se encaixam, a profusão de imagens delata,

fazendo notório para mim o que já era tão evidente.

O que será que devo, mas não posso,

quando vejo ruir tudo aquilo o que era nosso

e o velho amor morrer sozinho e descrente?

ADAMO SIDONIUS
Enviado por ADAMO SIDONIUS em 01/04/2011
Reeditado em 24/01/2019
Código do texto: T2882804
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