NOTURNO
Está silencioso.
Não há aves a cantar
não há luz
não há som algum.
Apenas eu em meu canto
ludibriado pela esperança
de que o dia voltará
com a luz e os pássaros...
Com os rastos no caminho
e os espinhos às claras
para deles me livrar.
Pura ilusão.
A noite acercou-se de mim
não há sol
não há imagens
não há voz
não há claro algum.
Apenas eu dentro do ego
puro ao milagre do ser
cego para não ver o fim
claro da alma morta
pelo choque nos umbrais
da porta da densa escuridão.
Noite. Só noite.
Escuro a pegar com a mão.