O Jardineiro e seu Jardim

Talvez sinto-me no jardim.

Diversas foram as flores que arranquei no caminho.

Pisei em muitas, arranquei petalas de outras, tudo pela metade.

Talvez hoje, eu me sinta num jardim.

Tantos foram os perfumes que senti.

Tantos foram as cores das petalas que eu vi

Talvez hoje eu só me sinta num jardim.

Como se tivesse plantado sementes, mas me esquecido de aparar a grama.

Talvez hoje, eu seja jardim.

Colhendo flores sozinhas, mal semeadas, mal regadas

Flores solitárias, perdidas no incalculavel mal do tempo.

Talvez hoje eu esteja no jardim

Onde sempre desejei estar

Não estando propriamente, de corpo não presente.

Talvez no jardim se seque os orvalhos da chuva

Talvez plante mais flores na curva

Talvez eu precise somente tomar mais cuidado com os espinhos.

Tenho a pele dos dedos rasgada hoje.

Talvez hoje apenas exista jardim aqui dentro.

Sem campo, semente, sem chuva, e sem vento.

De certo, só mesmo a solidão do jardineiro.

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 31/03/2011
Código do texto: T2882417
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