Espelho da Solidão
Um par de olhos nublados se debruçam no espelho,
Buscam a alma desconecta a vagar fora dos trilhos.
Essência da vida dispersa pulverizada em conflito,
Solitários vivenciam estranho universo tom vermelho
O que reflete o espelho não tem alma, sentimentos.
Olhar perdido em desuso renúncia das sensações.
Semblante desfigurado pintado na cor de cimento
Sabor ocre do abandono a desafiar os lamentos
Trajetória desfigurada alegoria da vida - azedume.
O que foi um dia a vivo transmutou-se em miragem,
Apagaram-se as vontades aflorou dor e nostalgia.
Vida representada no palco chamado saudade.
Máscaras caem do alto travestem a face acabada.
Reluzente purpurina contrasta com o negro cetim.
Esperada produção ilumina o viver trágico,genérico,
Abandono mascarado no batom em tons vermelho.
(Ana Stoppa)