Branca

Branca angústia

que a tinta não encobre.

Fogem as palavras

como a última

luz do Luar,

ante a voracidade

da bruta claridade.

Branca angústia,

da Ninfa errante,

da Musa distante

e do já passado instante.

Branca angústia,

do verso que se recusa

e do silêncio que me acusa.

Branca angústia

que me cala,

do gerânio que nada fala

e do esquecido poema

no vazio da ante-sala.