Olhando ali
Tantas janelas acesas
E outras tantas apagadas
Tantas vidas ali presas
Tanto pouco e tanto nada
Tantos tão satisfeitos
E tão senhores de si
Outros nem tanto, desfeitos
Um olho que chora, outro que ri
Uns desatentos amando
Outros atentos esperam
Uns apenas odiando
Outros que se desesperam
Uns agasalhados de solidão
Outros em má companhia
Uns plenos de resignação
Outros a mercê da agonia
Filhos do silêncio é o que são
E andarão mortos durante o dia
Uns e outros, e tantos mais
E eu só olhando ali
O que fui não sou mais
O que serei ainda não vi
Nem um nem outro
Não sou nem o que senti
Eu ali pensando apenas
Sobre tudo que não vivi
Enquanto isso durante o dia
Lá na rua, na multidão
Tantos rostos vem e vão
Uns olham para os lados
Outros olham para o chão
E buscam o que eram
Outros não sabem o que são
Uns tantos que só esperam
Tempos que não virão
E no meio de tantos
O meu rosto
Não vai e nem vem
Nem olha para o lado
Muito menos espera
É só o meu rosto
E multidão também
Apago a luz, minha janela
O silêncio de tudo se apodera
A vida, esta ou aquela
Nunca é o que se espera
O meu rosto eu evito
O que é real torna-se quimera
E o que é silêncio torna-se grito
Tantas janelas acesas
E outras tantas apagadas
Tantas vidas ali presas
Tanto pouco e tanto nada
Tantos tão satisfeitos
E tão senhores de si
Outros nem tanto, desfeitos
Um olho que chora, outro que ri
Uns desatentos amando
Outros atentos esperam
Uns apenas odiando
Outros que se desesperam
Uns agasalhados de solidão
Outros em má companhia
Uns plenos de resignação
Outros a mercê da agonia
Filhos do silêncio é o que são
E andarão mortos durante o dia
Uns e outros, e tantos mais
E eu só olhando ali
O que fui não sou mais
O que serei ainda não vi
Nem um nem outro
Não sou nem o que senti
Eu ali pensando apenas
Sobre tudo que não vivi
Enquanto isso durante o dia
Lá na rua, na multidão
Tantos rostos vem e vão
Uns olham para os lados
Outros olham para o chão
E buscam o que eram
Outros não sabem o que são
Uns tantos que só esperam
Tempos que não virão
E no meio de tantos
O meu rosto
Não vai e nem vem
Nem olha para o lado
Muito menos espera
É só o meu rosto
E multidão também
Apago a luz, minha janela
O silêncio de tudo se apodera
A vida, esta ou aquela
Nunca é o que se espera
O meu rosto eu evito
O que é real torna-se quimera
E o que é silêncio torna-se grito