Um Amor Intangível

Acordo às três da madrugada e lentamente desperto

Ocupo mais espaço na cama do que o necessário

E mesmo meus olhos lutando para continuarem fechados

Os obrigo a deslumbrarem o escuro do quarto...

De repente, antes de me encontrar em total lucidez

Teu semblante surge lindamente a minha frente

Parece um sonho, mas estou acordada – ou penso estar

E fico parada, te olhando a me olhar com teu jeito meigo...

Ah... como tu és lindo. Beleza digna de anjo

Tenho medo de me perder totalmente de mim

E acabar descobrindo que só me encontro em ti

Que minha vida agora é vagar pelo teu mundo...

Mas essa ideia me assusta de tal maneira

Que me faz voltar à realidade subitamente

E como numa queda brusca, percebo minha loucura

Você não está aqui, nunca esteve e talvez nunca estará...

Tu és como a aurora. Esplendente, feérico e divino

Porém, intocável. Sempre distante, sempre intangível

E até mesmo para mim que ouso voar os mais altos céus

Deslindando os segredos do alto, permaneces assim...

Me resigno ao silêncio, ao vazio e à negrura de mais uma noite

Volto a fechar meus olhos na tentativa de apagá-lo do meu pensamento

Repito mentalmente pra mim mesma que estou sozinha e que assim devo ficar

E me conforto com a ideia de que ao amanhecer já não saberei mais nem quem tu és...

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 12/03/2011
Código do texto: T2844495
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